Chegada do outono marca o início da "temporada de neblinas" no Paraná

Por Cianotícias em 26/03/2025 às 12:36:53
Foto: Franklin de Freitas/ Arquivo Bem Paraná

Foto: Franklin de Freitas/ Arquivo Bem Paraná

O outono chegou. E com a nova estação, um dos fenômenos mais característicos do período já deu as caras: o nevoeiro, conhecido como neblina, cuja ocorrência se torna mais frequente na época de transição climática entre o verão e o inverno. Uma condição, inclusive, que pode provocar redução da visibilidade em diversos locais, como estradas e aeroportos. E você sabe como esse fenômeno se forma?

Os nevoeiros são caracterizados pela umidade que se condensa perto do solo. São gotículas minúsculas de água que ficam suspensas no ar, perto da superfície, reduzindo a visibilidade a menos de um quilômetros. Essencialmente, é o mesmo processo que forma uma nuvem no céu, mas com uma diferença fundamental: no caso da neblina, a nuvem encosta no chão. Isso porque o fenômeno ocorre com o contato do ar quente e úmido com o solo, gerando vapor.

"Ele ocorre devido à condensação do vapor d"água próximo à superfície terrestre, geralmente quando a temperatura do ar diminui e atinge a temperatura do ponto de orvalho – temperatura na qual o ar precisa ser resfriado, a pressão constante, para que o vapor d"água nele presente comece a se condensar, formando as gotículas", explica Reinaldo Kneib, meteorologista do Simepar.

No outono, a ocorrência de neblina costuma ser mais frequente por conta da diferença de temperatura entre o dia e a noite. Além disso, nesta época do ano também é mais comum a ocorrência de frentes frias, bem como a combinação de dias quentes com águas frias do oceano.

Mas um curioso e importante detalhe pode ser importante para saber se estamos diante de um nevoeiro, realmente. É que se a visibilidade for maior do que um quilômetro, mas a nitidez da visão ainda estiver prejudicada por partículas de umidade, ao invés de nevoeiro, o fenômeno é chamado de névoa. E ambos são mais frequentes no outono, pois o período tem características muito marcantes. "As massas de ar seco são mais estáveis. As noites são mais longas, permitindo maior resfriamento do ar, e com isso a umidade relativa do ar fica mais elevada e esse ar úmido pode atingir o ponto de orvalho", ressalta Kneib.

Dias de neblina são sinônimo de dias de sol?

Há um ditado popular que diz "neblina que baixa, sol que racha". E será que esse ditado é verdadeiro?

A resposta é: não completamente. Isso porque nem sempre a neblina anuncia a chegada de um dia de sol, explica Reinaldo Kneib. "Na maioria das vezes o nevoeiro se dissipa e o sol predomina. Porém, nas regiões serranas o nevoeiro, ao invés de dissipar, pode evoluir, subir e deixar o céu encoberto, mas sem a restrição de visibilidade na superfície."

Os cinco tipos de nevoeiro

Ao todo, existem cinco tipos de nevoeiro. O primeiro deles é o nevoeiro de radiação, que ocorre em noites claras e sem vento, quando o solo perde calor por irradiação. É comum em áreas rurais e vales, como a Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

O segundo é o nevoeiro de advecção, que se forma quando o ar quente e úmido passa sobre uma superfície mais fria. É comum em regiões costeiras e sobre oceanos, sendo também observado na região Leste do Paraná (RMC e Litoral). O terceiro é o nevoeiro de evaporação (ou mistura), que ocorre quando o vapor d"água é adicionado ao ar frio, como em lagos e rios no inverno, ou sobre águas quentes em contato com o ar frio. Também pode ocorrer sobre mares e oceanos após tempestades.

O quarto é o nevoeiro de encosta (ou orográfico), quando o ar úmido é forçado a subir uma montanha ou colina. É mais comum, portanto, em regiões montanhosas. Já o quinto tipo é o frontal, que ocorre quando uma frente quente encontra uma massa de ar frio, causando condensação devido à mistura de temperaturas. Este pode se estender por áreas maiores do que os outros.

Os impactos no nosso dia a dia

Os nevoeiros podem impactar diferentes setores. No Aeroporto Afonso Pena, por exemplo, vários investimentos foram feitos para que os aviões operem por aparelhos e o aeroporto não precise fechar nos frequentes dias de nevoeiro. A aeronave é conduzida por GPS até que o piloto esteja a 300 metros da pista. Caso o piloto tenha visibilidade a partir deste momento, consegue pousar.

Também é comum que a neblina reduza a visibilidade em rodovias, o que exige atenção redobrada e cautela por parte dos motoristas, devido ao risco de acidentes. Algumas medidas, inclusive, são essenciais para garantir a segurança nas estradas nessas condições, orienta o Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv).

Primeiramente, o motorista deve reduzir a velocidade e manter uma distância segura do veículo à frente, sempre usando farol baixo. É que o farol alto pode prejudicar ainda mais a visão devido ao reflexo nas partículas da névoa. Evitar o uso de luzes de neblina (a menos que seja extremamente necessário) é outra orientação importante, pois elas podem ofuscar os outros motoristas.

Fonte: Portal Bem Paraná

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