Paraná soma quase 3 mil casos de síndrome respiratória e secretário faz alerta sobre a Covid: "Ainda está entre nós"

Os casos de Síndrome Gripal e de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) estão em alta no Paraná em 2025. Desde o final do ano passado até o começo de março, segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde (SESA-PR), quase 3 mil casos de gripe, Covid-19 e outros vírus respiratórios ou agentes etiológicos foram registrados no estado, com uma alta de 24% na comparação com o ano anterior. Os números servem de alerta, já que o período mais frio do ano (que é justamente quando os casos de SRAG se tornam mais comuns) está se aproximando. Além disso, nesta terça-feira (1º de abril) começa a vacinação contra a gripe no estado.

De acordo com o boletim mais recente da SESA-PR, entre 29 de dezembro de 2024 e 8 de março de 2025 (um período de 10 semanas) um total de 2.931 casos de síndrome respiratória foram registrados no Paraná, com 153 mortes. No ano passado, entre 31 de dezembro e 2 de março (nove semanas), haviam sido anotados 2.356 casos e 173 óbitos por doenças respiratórias como influenza (gripe) e Covid-19, entre outros. Os números deste ano devem ser atualizados ainda hoje, quando um novo boletim será divulgado pela Saúde.

Meta é vacinar quase 5 milhões de paranaenses contra a gripe

Uma das mais importantes medidas de prevenção às síndromes respiratórias é a vacinação. E nesta terça terá início a campanha de imunização contra a gripe em todo o estado, com meta de imunizar 4.931.410 pessoas. Os grupos prioritários são idosos (mais de 60 anos de idade), gestantes e crianças de seis meses até seis anos de idade. Outros grupos prioritários incluem ainda trabalhadores de saúde, puérperas, professores, profissionais das forças de segurança, população privada de liberdade, pessoas com doenças crônicas ou deficiências e trabalhadores dos Correios, entre outros.

"A meta é atingir pelo menos 90% dos idosos com mais de 60 anos, gestantes e crianças de seis meses até seis anos de idade, além dos outros grupos prioritários", afirma, o secretário estadual da Saúde, Beto Preto. No ano passado, dentre os 12 grupos prioritários da campanha de imunização, a cobertura ficou em 58,93%, longe do ideal. "Conseguimos gastar muitas doses [em 2024, depois de abrir a vacinação para outras categorias que não estavam nos grupos prioritários], mas ainda assim ficamos com algumas doses armazenadas, o que é uma pena. Mas ficamos em quarto lugar no país, com 3.447.000 doses aplicadas, atrás só de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro", emendou ainda o gestor público.

Até agora, 332 mil doses da vacina contra a gripe já chegaram ao Paraná e foram descentralizadas para as 22 regionais de Saúde, que passaram para os municípios. Na segunda-feira, outras 844 mil doses chegaram ao estado, que na quinta-feira (3 de abril) serão repassadas às regionais. O imunizante a ser aplicado na população é trivalente, contendo as cepas do vírus influenza A/Victoria (H1N1), A/Croácia (H3N2) e B/Áustria (linhagem Victoria) – as mais incidentes no hemisfério Sul neste ano.

Até agora, em 2025, 50 casos de gripe (Influenza) foram registrados no Paraná, com cinco mortes. No entanto, há 1.490 casos e 95 mortes por SRAG ainda não especificados, mostra o mais recente boletim da Sesa-PR.

Covid-19 já matou 44 pessoas em 2025 e secretário faz alerta

Além da gripe, Beto Preto também chamou a atenção para a Covid-19 em conversa com a imprensa nesta segunda-feira. Pelo menos 383 casos da doença já foram registrados em 2025, com 44 mortes até aqui. "Já perdemos 44 pessoas neste ano, 44 histórias de vida com CPF, com família, e que poderiam estar aí convivendo, continuando a conviver com a gente. Muitas pessoas têm outras doenças ou comorbidades e, num caso severo de Covid ou até de dengue, acaba descompensando e piora o quadro. Por isso é importante a vacina, porque ela evita um quadro mais grave da doença", alerta o secretário de Saúde do Paraná.

Ainda segundo Beto Preto, o vírus da Covid-19 continua circulante entre nós e por isso é importante também chamar a atenção para as vacinas contra a doença, que estão disponíveis em todas as regionais de saúde e municípios do Paraná. "Mesmo sendo algo que parece que aconteceu há 30 anos, a Covid-19 está aí na nossa ordem do dia até hoje. Temos óbitos por influenza, poucos, porque as pessoas se vacinam. Temos óbitos por dengue, uma pena, porque é uma doença altamente evitável. E também temos, infelizmente, óbitos por Covid, que poderiam ser também prevenidos. Com a vacina, nós prevenimos as doenças, a forma mais grave da doença respiratória ocasionada pelo vírus", reforça o gestor.